Ei, lembra dos anos 90?
Imagine só: Eu estou usando minha camisa de flanela, maratonando “Friends” e ouvindo Nirvana no meu Walkman. Estou na metade do meu curso de fotografia, convencida de que sou a próxima sensação. Quer dizer, já dominei o Triângulo da Exposição, tenho minha fiel lente 50mm na minha SLR e um bolso cheio de filme Kodak Portra 400. O que mais um fotógrafo iniciante poderia precisar?
LOL.
Acontece que eu estava muito errada. Claro, ter uma câmera, filme e um laboratório podia parecer o santo graal naquela época, mas avançando para hoje, é um jogo totalmente diferente. Uma rápida pesquisa no Google sobre “como se tornar fotógrafo” vai te inundar com conselhos como:
- Domine o Triângulo da Exposição.
- Conheça seu equipamento por completo.
- Fotografe em RAW.
- Selecione e edite como um profissional.
E sim, tem aquela dica super importante: Promova você mesmo e seu negócio de fotografia.
Mas calma aí. Que diabos significa “promova você mesmo”? Devo colocar meu rosto em um outdoor na Times Square? Fazer um can-can no jornal da noite?
Vamos dar um passo atrás. Porque, depois de 13 anos gerenciando meu próprio negócio de fotografia e orientando inúmeros fotógrafos, descobri um pequeno segredo: as maiores mudanças não estão em melhorar o fluxo de trabalho e as ferramentas que você usa, atualizar seu equipamento, ou mesmo melhorar seu jogo no Instagram.
É sua mentalidade.
Sim, eu disse isso. Mentalidade. O que está acontecendo nessa sua cabeça? Spoiler: Começar um negócio de fotografia e eventualmente torná-lo bem-sucedido é 80% mentalidade e 20% fotografia. Ok, eu posso ter inventado esses números, mas me escute — eles parecem bem precisos.
Pegue o “Dinheiro” por exemplo. É uma parte enorme de qualquer negócio, mas é especialmente complicado para nós, almas criativas. Então, vamos mergulhar no que eu chamo de sua “história com o dinheiro.”
Pense na sua história com o dinheiro como o resumo do seu relacionamento com grana. É formada por todas as crenças, pensamentos e sentimentos que você teve sobre dinheiro desde que era pequeno com sua câmera Fisher-Price. Essa história molda cada decisão financeira que você toma, desde como precifica suas sessões até como gerencia as finanças do seu negócio.
Aqui estão algumas histórias clássicas sobre dinheiro que você pode ter adquirido ao longo do caminho:
- Síndrome do artista faminto.
- “Dinheiro não dá em árvore.”
- “Mais dinheiro, mais problemas.”
- “Pessoas ricas são más.”
- “Preciso trabalhar duro para ganhar dinheiro.”
Soa familiar? Essas crenças se infiltram em nossas mentes e influenciam silenciosamente como vemos e lidamos com o dinheiro.
Então, digamos que sua história com o dinheiro está sussurrando “Dinheiro é escasso.” Como isso afeta seu negócio?
- Precificação: Você pode cobrar menos porque acredita que os clientes não pagarão mais.
- Gerenciamento Financeiro: Você pode ter dificuldade para economizar ou separar dinheiro para impostos.
- Orçamentos: Você pode se sentir mal ou ansioso ao cobrar valores mais altos ou fazer vendas adicionais.
Sua mentalidade não é apenas um conceito abstrato; é a força motriz por trás de como você administra seu negócio. Se sua história com o dinheiro está cheia de scripts negativos, isso vai aparecer nas suas decisões e no crescimento do seu negócio.
Medo do fracasso: o destruidor de sonhos
Agora, vamos dissecar outro monstro sorrateiro da mentalidade: o medo do fracasso. Este é o medo que pode esmagar seu sonho de “vou ganhar seis dígitos como fotógrafo no meu primeiro ano”.
Vamos voltar à Belle dos anos 90. Lá estava eu, toda de flanela, sendo convidada para fotografar meu primeiro casamento. Momento do pânico:
- “Será que serei boa o suficiente?”
- “Será que eu sei mesmo como posar um casal?”
- “Posso entregar resultados profissionais quando nunca fiz isso antes?”
Familiar? Esses pensamentos giravam na minha cabeça como um tornado. E a que esse medo de falhar levou? Cobrar pouco, entregar demais e, no final, me esgotar completamente. Antes que eu percebesse, estava de volta ao meu emprego diurno, com apenas alguns casamentos no currículo.
Então, aqui vai uma dose de realidade: saber como cobrar para ter lucro e como se pagar como fotógrafo – é seu primeiro passo para a sobrevivência. Mesmo se você definir suas taxas mais altas, como aqueles fotógrafos experientes que você admira, tudo bem! Você sempre pode oferecer um desconto por tempo limitado para construir seu portfólio. Assim, você não está se desvalorizando desde o início. Você está preparando seu negócio para o futuro, e confie em mim, seu eu do futuro vai te dar um high-five.
O medo do fracasso e a mentalidade sobre dinheiro podem fazer ou quebrar sua jornada como fotógrafo. Mas quando você enfrenta isso de frente, vai se preparar para o sucesso e manter vivo aquele sonho de entrar dançando no seu estúdio inspirado em Annie Leibovitz.
Domando o Crítico Interior
Aqui está a questão: eu não deixei meu medo do fracasso me parar, mas levei duas décadas para finalmente deixar meu trabalho 9-5 e mergulhar de cabeça na fotografia em tempo integral. Então, onde esses pensamentos persistentes de “você não é boa o suficiente” estão te impedindo de viver seu sonho grande, audacioso, selvagem e impossível?
Onde você está diluindo sua renda potencial e subestimando sua capacidade como fotógrafo de ganhar muito dinheiro? Talvez seja aquela voz interior que soa como a tia Sue malvada, sussurrando que seu trabalho é ruim e ninguém vai te pagar muito por ele. Ou que você não deveria começar aquele podcast de fotografia porque sua voz é péssima e você não tem nada de valor para dizer.
Extremo? Talvez. Mas vamos ser honestos. Como você fala consigo mesmo?
Este, meu amigo, é o verdadeiro trabalho. Não é aprender sua câmera, editar como um chefe, ou aperfeiçoar suas poses de casal. Lidar com os pensamentos na sua cabeça é a fera que precisa ser domada.
Não vou te deixar só com o quê; aqui está o como. Claro, dá pra achar no Google, mas tente isso:
Anote todos os seus pensamentos durante um dia. O que você diz para si mesmo quando se olha no espelho? O que passa pela sua cabeça quando você senta no computador e abre sua galeria? Como você se sente quando verifica seu e-mail e não há nenhuma nova consulta ou lead?
Este é o primeiro passo: Consciência. Tornar-se consciente do que a tia Sue malvada está dizendo dentro da sua cabeça. E nem vamos começar a falar sobre buscar validação externa no Instagram — eu te vejo, querido. Mas isso é assunto para outro blog. Voltando aos nossos pensamentos: tornar-se consciente deles é o primeiro passo. Porque com consciência, podemos mudar.
Então, qual é a alternativa? Foque nos seus objetivos selvagens, impossíveis e audaciosos. Que tipos de ensaios fotográficos você sonha em fazer? Quanto dinheiro você gostaria de ganhar? Saber nossos objetivos e desejos reais e escrevê-los já foi comprovado por vários estudos como um atalho para o sucesso. Focar no que você QUER e não no que você teme que possa acontecer é fundamental.
Você consegue. Saia por aí e crie sua história, e lembre-se de manter essa mentalidade em cheque. É o ingrediente secreto para tornar esses grandes sonhos realidade.
Então, antes de mergulhar na autopromoção, marketing do seu negócio de fotografia, aperfeiçoar seu portfólio ou mesmo decidir sobre seu equipamento, dê uma boa olhada na sua mentalidade.
Como você pensa sobre dinheiro, sucesso e seu valor como fotógrafo? Mudar essas narrativas internas pode virar o jogo e abrir caminho para a carreira próspera em fotografia que você sonha — camisas de flanela e tudo mais.
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Belle Verdiglione é uma fotógrafa premiada e publicada, além de coach de negócios em fotografia. Palestrante. Mãe orgulhosa de dois. Feminista sem desculpas, colecionadora de discos punk e entusiasta de Martini de Café (mas não tudo ao mesmo tempo… geralmente.).
Belle Verdiglione é sua coach de mentalidade e negócios que quebra regras, palestrante e fundadora da Camera Queens, uma comunidade de fotografia feminina e não-binária.
Você pode ouvir Belle conversando com humanos incríveis em seu podcast Camera Queens.
